A prosa medieval


O primeiro periodo da prosa medieval portuguesa não teve a mesma fecundidade da poesia. Redigida em português arcaico, revela pouco interesse sob o ponto de vista literário. As principais produções foram:

  • Hagiografias. Relatos da vida e dos milagres dos santos católicos.
  • Livros de linhagem ( ou nobliliários). Relatos do nascimento e casamentos dos fidalgos da corte portuguesa; têm importâcia apenas histórica, não traduzindo espírito artistico-literário.
  • Cronições. Crônicas sobre a vida na corte, são meros relatos, sem qualquer conotação literária.
  • Novelas de cavalaria. Ponto alto do primeiro momento da prosa medieval, pois narram histórias de grandes batalhas e heróis. De origem desconhecida, foram trazidas de fora para Portugal (assim como as cantigas). Sua temática romanesca caia no agrado do povo, além do misticismo e do clima de exaltação com que contaminavam o momento. As novelas de cavalaria eram comuns a toda a Europa, mudando apenas de acordo com a inspiração dos artistas locais. Obedecem a ciclos, tomando por base a temática central, assim distribuidos:
a) Ciclo bretão (ou arturiano). Os heróis são o rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda. A mais importante novela desse ciclo é A demanda do Santo Graal, que narra a luta dos cavaleiros em busca do calice sagrado.

b) Ciclo greco-latino. Referem-se às grandes histórias e aos heróis da Antiguidade greco-romana.

c) Ciclo carolíngio. Os heróis são Carlos Magno e os doze pares de França, em sua luta contra os saxões.

Curiosamente, a novela de cavalaria mais importante não faz parte de nenhum desses ciclos. Trata-se de Amadis de Gaula, cuja história consiste no amor entre Amadis e Oriana; de autor desconhecido.

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